Rafa Silva renunciou à seleção nacional, aos 29 anos. O jogador era convocado com regularidade por Fernando Santos, mas não tinha um papel preponderante. Decidiu abdicar e justificou a decisão com o foco sobre o Benfica. No entanto, o assunto tem dado pano para mangas.
São raros os casos de jogadores que abandonam as seleções, no auge das suas carreiras, como o fez Rafa, que poderia estar também desiludido com o seu percurso na seleção. Um assunto que Ricardo Quaresma parece entender muito bem, como se percebeu na noite desta segunda-feira, na sua entrevista à Eleven Sports.
Quaresma foi um dos mais virtuosos da sua geração. Brilhou no Sporting, passou pelo Barcelona e foi estrela no FC Porto. No entanto, nunca foi um indiscutível na seleção portuguesa, uma mágoa que parece durar até aos dias de hoje.
“Eu não me sentia bem em ir à Seleção porque sentia que não era valorizado. Preferia, às vezes, nem ser convocado. Ia para a Seleção e não me sentia feliz. A Seleção que mais me marcou foi no Europeu em 2016, porque era um plantel em que estava à vontade e que tinha um treinador, apesar de não jogar a titular, que acreditava em mim e que me dava essa confiança. Ficava chateado e a minha azia, mas sabia que ele contava comigo. E com os outros sentia que era mais um jogador e que estava a ir por ir”, começou por dizer Ricardo Quaresma, o que levou à questão sobre Rafa.
“Sinceramente, passou-me pela cabeça fazer o que o Rafa fez. Entendo perfeitamente o Rafa, porque quando estás em grande no clube e chegas à Seleção e és mais um, o que estás ali a fazer? Eu não estou a dizer que Fernando Santos não confia ou não gosta do Rafa, estou a falar por mim. No meu caso, sentia que me convocavam porque eram obrigados pelo que eu estava a fazer no FC Porto. Isso deixava-me desiludido”, concluiu Quaresma na Eleven Sports.
